Culturas desterradas, línguas exterminadas e heranças surrupiadas
Abstract
Aspectos culturais impactam decisivamente línguas no mundo todo, aqui ou na China, seja no Alto Xingu, seja em Macau. Os kamaiurás, comunidade cuja distância cultural não pode ser medida em termos de Oriente-Ocidente, quando comparados aos brasileiros miscigenados, assim como os macaenses (euroasiáticos) em relação aos portugueses, refletem histórias de contatos colonizantes de ideias os quais primam pela busca de um monolinguismo desnecessário. Kamaiurás e macaenses, contudo, podem ser congregados no conceito de "povo da terra" do mesmo modo que podem ser congregados no conceito de línguas de herança. Ocorre que a terra foi colonizada e os povos desterrados. Então, o preconceito pode agir de modo mais velado e ao sabor da política em períodos sócio-históricos. É sobre a aproximação da condição comunicativa e sócio-histórica desses povos afastados culturalmente que tratarei neste texto. Para dar conta desse objetivo, duas seções serão necessárias: uma que trate dos saberes locais e da aproximação de povos com valores socioculturais diversos; outra que discuta a tipologia de identidades socioculturais em Macau e entre os índios kamaiurás1, especialmente focalizando a língua de herança de falantes bilíngues simultâneos. E como será preciso lidar com essas duas comunidades, o ideal será iniciar, já na seção seguinte, com uma apresentação geral desses grupos para, assim, justificar a razão de aproximá-los num único estudo.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p4665
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