O jeitinho brasileiro: culturema e a formação de unidades fraseológicas
Abstract
Muito se tem falado a respeito da importância da observação dos traços culturais principalmente na Fraseologia e Lexicografia Fraseológica. Para isto, usaremos as definições de Pamies Bertrán (2007, 2009), para quem os culturemas podem ser observados como símbolos extralinguísticos culturalmente motivados, servindo de modelo para a criação de expressões figuradas. Estas unidades podem estar relacionadas a uma variedade de setores da vida humana como acontecimentos históricos, músicas, personalidades, ingredientes culinários e tantos outros, que vão criando uma consciência social. Neste contexto, as variações e transposições de sentido serão observadas tendo por base a Semântica Cognitiva, por meio das Metáforas Conceptuais, Goffman (1974), Lakoff e Johnson (1980), e dos Espaços Mentais, Fauconnier (1985), Fauconnier e Turner (1998, 2002). Em ambos os casos, a linguagem figurada é tida, pelo menos em princípio, como um conceito motivado, já que usa unidades muito básicas de representação sendo um conceito entendido em termos de outro. Assim, queremos investigar se as unidades "vender o peixe", "macaco velho não põe (mete) a mão em cumbuca", "siri que dorme a onda leva", "boi que dorme acaba no espeto", "onça que dorme vira tapete", "puxar a brasa para a sua sardinha", "puxar a sardinha para o seu lado", "caiu na rede, é peixe", representam um mesmo culturema, o "jeitinho brasileiro", caracterizado pela malandragem criativa e usado como justificativa para ações que saem do padrão esperado de comportamento. Este estudo observa alguns trabalhos importantes como os de Pamies Bertrán (2007, 2008, 2012), Luque Nadal (2009), Molina Martínez (2001), entre alguns outros.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p4525
Keywords:
Fraseologia; Culturema; Semântica Cognitiva; Espaços Mentais; Zoônimos
Full Text: PDF
Refbacks
- There are currently no refbacks.