O ensino da escrita na formação de sujeitos críticos letrados
Abstract
Objetivou-se conhecer e analisar as versões da realidade dos professores da Língua Portuguesa de três escolas municipais de Niterói-RJ (atuantes do 6º ao 9º ano) acerca do processo de ensino-aprendizagem da escrita, como uma das esferas da formação dos sujeitos críticos letrados, incluídas as condições concretas dessas práticas na escola pública brasileira. O materialismo histórico-dialético alicerçou o debate sobre o trabalho docente: a educação reduzida ao processo de semiformação se configurou limite, e a função do professor na formação do sujeito, possibilidade. Sob o viés freireano, debateu-se a consciência histórico-crítica, fomentada por um trabalho educativo crítico, e com o pensamento bakhtiniano, discutiram-se linguagem, texto, gêneros e ideologia, constituidores da vida humana. Tratou-se da escrita com base na Linguística Textual, explanando-se o conceito de produção textual. Como metodologia, a população estudada respondeu a um questionário semiestruturado e participou de grupos focais e entrevistas individuais. Como resultado, verificaram-se mais limites que possibilidades diante da precarização do trabalho docente. A formação dos sujeitos não contemplou a formação crítica, mas sim a vinculação escola-trabalho-Capital, na homogeneização superficial do discurso crítico e interiorização da concepção burguesa de trabalho e educação. O texto escrito se entrelaçou a uma abordagem instrumental e com muitos limites no trato dos gêneros: o aluno escreve para a escola e para o professor, em estruturas composicionais variadas, como redação. Para a escrita, não há regularidade nem planejamento, e a revisão, correção monológica, mediante primazia dos “erros”, foca as regras formais, como ortografia e sintaxe, para compor uma nota final.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p4447
Keywords:
Precarização do Trabalho Docente; Formação do Sujeito Crítico Letrado; Ensino da Produção Textual Escrita
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