A linguagem inovadora de “Recordações do escrivão Isaías Caminha”, de Lima Barreto, pelo viés do jornal
Abstract
Muito se discute a respeito da função da leitura de textos literários no contexto escolar, tanto como forma de humanização quanto como formação de repertório cultural. Esse processo se reveste, muitas vezes, de uma série de percalços. Algumas das razões de afastamento do leitor/aluno dizem respeito, por exemplo, à diversidade linguística, à descontextualização, à falta de identificação com o conteúdo narrado. No entanto, efetuando uma contextualização adequada e conseguindo fazer da leitura uma reflexão sobre o mundo atual e suas demandas, o afastamento se transforma em aproximação, e a leitura ecoa não só como algo obrigatório, mas também como possibilidade de construção crítica da realidade. Constatei esse fato ao longo dos anos, especialmente ao trabalhar com o Ensino Médio, quando efetivamente os clássicos se tornam "leituras obrigatórias". Ao trabalhar com o romance "Recordações do escrivão Isaías Caminha", do escritor pré-modernista Lima Barreto, em turmas de 3ª série do Ensino Médio do Colégio Pedro II, a partir da influência do jornal na construção das verdades sociais no romance, e de sua forte influência para a remodelação da linguagem literária, em comparação à influência midiática nos dias de hoje, essa aproximação se tornou evidente. O trabalho em questão é, desse modo, uma reflexão a respeito dessa leitura, desenvolvida em sala de aula, enfatizando as semelhanças e as diferenças lexicais, e a atualidade da linguagem utilizada por Lima Barreto, que lhe conferiu um viés contemporâneo.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p3459
Keywords:
Lima Barreto; linguagem; jornalismo; ensino
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