Lost in translation: relativismo linguístico


Abstract


Escolhemos o título Lost in Translation: Relativismo Linguístico para enfatizar um dos piores problemas da tradução: o relativismo linguístico, no qual palavras aparentemente sinônimas entre duas línguas apresentam nuances distintas, discrepâncias de valor ou especificidades de emprego. Ferdinand de Saussure foi o primeiro a esboçar aquilo que viria a ser chamado de relativismo linguístico, na sua dicotomia entre significado e valor, através do exemplo das palavras mutton, do inglês, e mouton, do francês, que, apesar de terem o mesmo significado, não têm o mesmo valor. Embora ambas signifiquem ovelha, têm um valor bastante diferente, já que mouton pode referir-se tanto à ovelha viva quanto à ovelha morta, enquanto mutton refere-se apenas à ovelha morta, havendo a palavra sheep para a ovelha viva. Benjamin Whorf e Edward Sapir propuseram a teoria do relativismo linguístico, em que cada língua tem uma forma relativa de perceber, discriminar e organizar os dados da realidade objetiva, através de palavras e expressões próprias e, num certo sentido, intraduzíveis. Pretendemos discutir essa diferenciação semântica, de valor ou emprego de palavras sinônimas no português, no inglês e, ocasionalmente, no francês, e os problemas de tradução decorrentes. Para tanto, apresentaremos alguns dos exemplos mais marcantes de palavras e estruturas cuja tradução, devido a problemas relacionados ao relativismo linguístico, pode levar a resultados absurdos, incompreensíveis e até ridículos.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p3203

Keywords: Tradução; Semântica; Português; Inglês; Francês

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