A língua portuguesa nos modos de subjetivação escolar do povo Akwén-Xerente (jê)
Abstract
Analiso discursivamente como os Akwén-Xerente estabelece modos de se subjetivar quando usam a língua portuguesa na escola, ou seja, discuto como se dão os processos linguístico-discursivos de subjetivação dos sujeitos escolares, e como tais imperativos são expressos nas práticas realizadas em sala de aula, em documentos, parâmetros, políticas educacionais e outros que dizem respeito à educação escolar indígena, particularmente os documentos que dizem respeito aos Xerente (Braggio e Sousa Filho, 2006 e Sousa Filho, 2011). O aporte teórico para o desenvolvimento do estudo respaldase nos estudos de Foucault (1995), para quem o sujeito é produzido nas relações de força presentes nos planos do poder e do saber, e de Bakhtin (2000), para quem as práticas discursivas regulam as vidas dos sujeitos sociais e estes refletem e refratam aquelas. Trata-se de um estudo de natureza qualitativo-descritiva cuja proposta metodológica converge à análise dos documentos oficiais que regulamentam as propostas de educação escolar indígena no país e às nossas observações etnográficas das práticas pedagógica dos Xerente, as quais se dão desde os idos de 1998. Os resultados apontam para a construção de elementos de subjetivação elaborados nas práticas discursivas da escola indígena e da escola não indígena, as quais fornecem bases para a apreensão de novos regimes de verdade sobre o sujeito e seus modos de agir socialmente.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p3169
Keywords:
Akwén-Xerente; Subjetividade; Língua Portuguesa
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