Representações e experiências de ensino e aprendizagem de língua portuguesa: contribuições para a inserção social de povos indígenas
Abstract
O presente estudo tem como objetivo levantar relatos sobre as experiências de aprendizagem de povos indígenas em relação à língua portuguesa, assim como identificar as crenças desses povos referentes ao português e investigar possíveis relações entre as experiências e as crenças no processo de aprendizagem. Trata-se de um estudo de caso que se valeu dos seguintes instrumentos de coleta de dados: narrativa, questionário aberto e entrevista semiestruturada. A pesquisa teve como participante uma indígena da tribo Ualapiti. A partir da análise dos dados, foi possível a identificação de crenças como: o extenso vocabulário de português dificulta a aprendizagem; falar e ouvir é mais importante que ler e escrever; o português é necessário para a comunicação entre índios e brancos, entre outras. Foram também observadas as seguintes experiências: o contato com a língua desde a infância ajuda a desenvolver o português; o português interfere em processos culturais, como a aprendizagem da língua indígena pelas crianças nativas, e o ensino de português em escolas cujo público alvo são indígenas, não é muito bom. Os resultados sugerem que as crenças e experiências da participante estão interligadas entre si. O processo de formação das crenças advém das experiências, e após construídas, essas crenças parecem contribuir para a formação de outras experiências, sendo esse ciclo de reformulações que, em conjunto com outros fatores, constroem e dão forma ao processo de aprendizagem.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p3063
Keywords:
crenças de aprendizagem de línguas; experiências de aprendizagem; aprendizagem de língua portuguesa
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