Mutiletramentos e o ensino na educação de jovens e adultos


Abstract


Em um mundo globalizado, a educação brasileira busca e se pauta na produção do conhecimento, uma vez que o número de informações e seu acesso tornou-se mais rápido HALL (2005); BAUMAN (1999), exigindo o redimensionamento do ensino/aprendizagem. Observa-se, ao mesmo tempo que a quantidade e a facilidade de informações possibilitam analisar, formar opiniões e produzir conhecimentos, paradoxalmente restringe ao fazer estruturado, alertado em ROJO (2012). Neste contexto, espera-se que a escola articule estratégias que forme o indivíduo, sensibilizando-o à importância de ações cidadãs, das possíveis leituras de mundo voltadas às práticas sociais. Assim, este trabalho objetiva apresentar como os multiletramentos desenvolvidos nas diversas áreas do conhecimento de uma escola pública, localizada ao norte de Mato Grosso e que atende à modalidade jovens e adultos esforça-se pelo ensino interdisciplinar no sentido de promover a autonomia e o protagonismo do aluno, a partir de suas vivências de aprendizagem. Frente à realidade do público que conta com sujeitos que foram afastados do espaço escolar por diversos fatores como a idade, “distanciados” dos padrões de aprendizagem vigentes, e por apresentarem dificuldades com a leitura, a interpretação e a escrita, surgiu a ideia de agregar as três áreas de conhecimento, quais sejam: Linguagens Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências Naturais e suas Tecnologias e dar voz ao participante da aprendizagem a partir dos conteúdos trabalhados e fomentar a reflexão sobre o contexto situado, encaminhando o aluno a expressar-se e a posicionar-se conforme ensejado em FREIRE(2011). Assim, as questões centrais são: Como os alunos da Educação de Jovens e Adultos lidam com os conteúdos programáticos desenvolvidos em contexto de sala de aula? De que forma os discentes estabelecem conexões entre os conteúdos desenvolvidos e as situações reais de história de vida? Filiados à Linguística Aplicada e numa perspectiva de cunho interpretativo etnográfico, conforme BAUER e GASKELL(2002), explorou-se os diversos gêneros textuais em sala de aula, e selecionou para um exercício analítico alguns recortes dos textos produzidos na expectativa de responder às questões propostas e verificar se as provocações feitas no espaço escolar corroboram com o pensar, com a criatividade e desperta às possíveis leituras de mundo, a ponto de instigar o aluno à reescrita de suas reais histórias de vida.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p2845

Keywords: Multiletramentos, EJA, Ensino, Língua Portuguesa

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