Ordenação de constituintes no ensino de português
Abstract
Tendo como arcabouço teórico a Gramática Discursivo-Funcional (Hengeveld;Mackenzie, 2008), este estudo trata da ordenação de constituintes na sentença, considerando-a como um dos meios de expressão formal de relações e funções, resultante de princípios pragmáticos e semânticos que determinam a colocação dos elementos na oração. A proposta deste trabalho é chamar a atenção para esse aspecto muito importante da gramática do português, que, entretanto, raramente é tratado em sala de aula. A análise de cinco livros didáticos, aprovados no Programa Nacional do Livro Didático, revela que, de modo geral, a ordenação de constituintes é tratada em tópicos como colocação pronominal, concordância verbal e pontuação, com pouca ou nenhuma sistematização, desconsiderando-se os aspectos pragmáticos que motivam a colocação de constituintes em determinadas posições. Além disso, mesmo no tratamento de figuras de linguagem e de vícios de linguagem, não reservam espaço para o hipérbato, o anacoluto e a anástrofe, que se referem à alteração da ordem canônica. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é mostrar que a posição dos constituintes na oração obedece a determinações primeiramente pragmáticas, depois semânticas e, por último, sintáticas, já que a atividade linguística ocorre necessariamente entre interlocutores em uma dada situação discursiva, o que não pode ser ignorado pela escola, já que, nos PCNs, o que se propõe é o desenvolvimento da competência comunicativa do aluno, possibilitando-lhe a reflexão sobre os diversos mecanismos linguísticos disponíveis na língua, que precisam ser mobilizados adequadamente, na compreensão e produção de textos, nas mais diversas situações de comunicação.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p2569
Keywords:
funcionalismo; ordem de palavras; ensino de gramática; livro didático
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