Fronteiras linguísticas diatópicas e diastráticas na narrativa de Miguel Torga: Análise das estruturas conversacionais como ação social nas obras Bichos, Contos da Montanha e Novos Contos da Montanha


Abstract


A presente comunicação visa apresentar uma análise a nível conversacional das estratégias interativas verbais empregadas no tecido narrativo das obras Contos da Montanha, Novos Contos da Montanha e Bichos do autor trasmontano Miguel Torga (1907-1995). Através de uma específica seleção de diálogos, será apresentado o estudo conversacional dos estratagemas comunicativos que os interlocutores põem em prática durante o fenómeno discursivo, dando origem a uma real ação social que permite estabelecer relações interpessoais graças ao emprego de normas de polidez linguística. Sendo os diálogos circunscritos ao contexto situacional/social da região transmontana do norte de Portugal, o objetivo da comunicação consiste em descrever como as variantes tanto diatópicas como diastráticas, empregadas pelos interatantes do respectivo ambiente rural, representam efetivas fronteiras linguísticas entre o norte e o restante território continental português. De facto, o assim chamado painel tosco e montanhês representa um núcleo territorial caraterizado, a nível tanto linguístico como conversacional, pelo emprego de determinados elementos lexicais e estruturas coloquais que são típicas das camadas sociais mais baixas da paisagem de referência e que, inevitavelmente, marcam uma profunda fronteira linguística tanto diatópica como diastrática entre o norte e as outras regiões portuguesas.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p2037

Keywords: Fronteira linguística; Variante diatópica; Variante diastrática; Miguel Torga; Análise conversacional

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