Representações pós-coloniais na construção da linguagem de Mia Couto


Abstract


Este estudo é resultado das leituras e discussões acerca de conceitos, geralmente polissêmicos, tais como cultura e identidade cultural, língua e linguagem, colonização e globalização e da reflexão sobre as confluências culturais das diásporas africanas advindas das colonizações. A pesquisa justifica-se devido à necessidade do aprofundamento da reflexão acerca das práticas e estratégias discursivas presentes nos textos ficcionais produzidos nas ex-colônias portuguesas, levando-se em consideração os aspectos da relação entre as culturas e a resistência ao pensamento hegemônico uniformizador, a fim de se construir um discurso crítico em relação à textualidade póscolonial. Para fins de análise, foram delimitados para esse estudo, textos do escritor moçambicano Mia Couto, em especial o conto "O embondeiro que sonhava pássaros" do livro Cada homem é uma raça, além de textos de suas palestras do livro Pensatempos que relatam sua experiência enquanto escritor de fronteiras. A reinvenção da linguagem observada em Mia Couto utiliza-se da ressignificação da palavra inserindo nela uma pluralidade de sentidos que provocam uma dilatação das potencialidades virtuais do signo linguístico. O escritor expressa, igualmente, em sua escrita uma sofisticada forma de dialogar com a tradição da oralidade das línguas africanas que se veem intertextualizadas em seus contos. Assim, em Mia Couto, as recombinações linguísticas e semânticas provenientes desse pluralismo cultural se apresentam em um caleidoscópio de riquezas culturais híbridas.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p2021

Keywords: Fronteira; Língua; Oralidade; Relação; Resistência

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