Terrorismo literário: Manifesto da literatura marginal
Abstract
Esta comunicação faz parte de um projeto maior de pesquisa, cujo interesse se centra na investigação de um dos temas que mais se tem destacado na narrativa brasileira contemporânea, a da representação da realidade marginal e periférica. O mais importante destas narrativas, que trazem para o centro da discussão os excluídos sociais, é o lócus (além de geográfico, também espaço social e afetivo) de onde fala o autor (lugar de enunciação), bem como a sua intenção que, não raro, dedica-se à defesa das causas e das experiências dos oprimidos, criando, deste modo, uma escritura de testemunho. Exemplos desta produção são as obras de escritores como Luiz Alberto Mendes, que escreveu o romance Memórias de um sobrevivente, e de outros relatos de presos, como a coletânea de contos Letras de liberdade, ou ainda Literatura Marginal: talentos da escrita periférica, antologia organizada por Ferréz (2005). Diante do exposto, por meio de uma abordagem teórico-reflexiva, cujo referencial teórico está alicerçado em estudos que analisam a produção literária pós-moderna e contemporânea, dentre eles Miranda (2010), Resende (2008), Schollhammer (2011), Patrocínio (2013), Hollanda (2014), Hall (2006), este trabalho tem por objetivo analisar o prefácio da antologia Literatura Marginal, intitulado "Terrorismo literário", no qual o autor assume-se como porta-voz da realidade periférica, vocalizando não apenas as experiências de quem está à margem, mas também posicionando-se contra a ordem estabelecida, que é de exclusão, segregação e hierarquização. Verifica-se, pois, que emprestando a sua voz aos antes silenciados, Ferréz defende a afirmação das suas identidades, bem como a transposição das fronteiras literárias.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p1963
Keywords:
Literatura marginal; escritores marginais; fronteiras literárias
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