Tradutores portugueses e seus motivos - as justificativas de traduções para o português no fim do século XVIII
Abstract
Este trabalho visa interpretar a valorização da língua portuguesa verificada em Portugal ao final do século XVIII, através das traduções de livros "técnicos", literários e científicos. Para isso, voltar-se-á aos "paratextos" editoriais, (ou seja, textos adicionais à obra, como prefácios, posfácios, cartas ao leitor, pós-escritos, etc.), particularmente aqueles escritos pelos tradutores. Situadas no contexto de continuidade das reformas pombalinas (apesar do afastamento do Marquês de Pombal do foco de poder) focadas em um nascente nacionalismo imperial de cunho iluminista, tais traduções também ocorrem em meio à crise do antigo regime português, proporcionando amplo material para estudo das redes de relações e das formas de compreensão, à época, de questõeschave como são o próprio Iluminismo e antigo regime, bem como a ideia central de uma cultura escrita, na qual se inserem todos estes pontos. Um levantamento prévio e em andamento sobre os livros traduzidos para o Português entre 1770 e 1820, revelou cerca de 250 obras traduzidas impressas em Portugal e no Brasil (depois de 1808). Dessas, pelo menos uma centena contém paratextos relativos às motivações que os tradutores afirmaram ter para executar a empreitada, fornecendo os elementos necessários para as análises desejadas, quais sejam: como os próprios agentes (neste caso, os tradutores) percebiam a valorização da língua Portuguesa - e, consequentemente, uma certa identidade imperial, no contexto de crise do Antigo Regime, e questões relacionadas a este contexto, como as Luzes, a ciência e a sociedade.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p1871
Keywords:
Tradução; Império Português; palavra escrita; história
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