O diálogo por um fio – de Ariane – na lírica contemporânea escrita por mulheres.
Abstract
Nesse estudo, propõe-se a ouvir a voz feminina pela enunciação lírica das poetas brasileiras Dora Ferreira da Silva e Hilda Hilst em consonância com a poeta portuguesa Ana Luísa Amaral, quando as três abordam em sua poesia o mito do labirinto e seus mitemas, evocando a visão do sujeito feminino sobre esse mito, especialmente enfocando a figura de Ariane, cuja voz parece ser a voz de todas as mulheres que são sempre coadjuvantes na história em que o homem ocupa o papel principal. Com a abordagem a esse tema da tradição clássica, as poetas releem a narrativa mitológica dando aos personagens a importância que lhes convêm para um ajuste do papel social feminino em nossos tempos. Tal sujeito poético se revela e se esconde em situações marcadas pela tensão que se estabelece por meio das imagens que falam por si mesmas, as quais serão analisadas ao longo do estudo. Para o corpus, selecionou-se uma parte do livro Júbilo, Memória e Noviciado da paixão, de Hilda Hilst, parte do livro Poemas da estrangeira, de Dora Ferreira da Silva, e alguns poemas do livro Imagens, de Ana Luísa Amaral. O estudo será realizado por meio de pesquisa bibliográfica em autores que abordam a importância do imaginário na fertilização da poesia em todos os tempos, na relevância da subjetividade na poesia contemporânea e na questão da voz lírica feminina frente aos desafios dos tempos atuais. Para tal, autores como Gilbert Durand, Dominique Combe, Alfonso Berardinelli, Michel Hamburger, entre outros, darão suporte teórico ao estudo. Espera-se que a pesquisa contribua com a fortuna crítica da poesia lírica do final do século XX e início do atual e, sobretudo, com o diálogo entre as produções poéticas de Portugal e do Brasil.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p1529
Keywords:
Diálogos; escritas poéticas; tradição literária; mito do labirinto
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