Realismo e natureza morta em "Boi morto", de Manuel Bandeira


Abstract


Este texto pretende ler o poema "Boi morto", de Manuel Bandeira, como uma forma estética realista, isto é, como reflexo artístico do que existe. Considerar o texto poético como um reflexo, implica em aceitar que ele mantém relações estreitas com a realidade de onde partiu; entretanto, trata-se de um tipo específico de reflexo, o artístico; o que demanda também a compreensão de que os elementos que conectam o texto literário ao seu mundo de origem se constituem como forma mediada de representação da realidade, nunca como cópia ou como imitação imediata do mundo. Assim, o texto é reflexo de algo que existe a despeito da consciência humana, mas, ao mesmo tempo, é também prova viva da marca que o homem imprime no que existe para além dele mesmo. No interior do texto literário, portanto, toma forma (estética) a relação dialética, histórica e ontológica entre objeto e sujeito, entre mundo natural e mundo humano, como realidades específicas que, no entanto, caminham uma em direção a outra.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p1465

Keywords: Realismo artístico; lirismo; dialética sujeito-objeto; reflexo estético e natureza morta; "Boi morto"

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