Progresso e sentido da história em O carro da miséria, de Mário de Andrade
Abstract
A obra de Mário de Andrade Carro da miséria, apropria-se literariamente do clima histórico da Revolução de 1930 e da Revolução Constitucionalista de 1932 e dos desdobramentos desses fatos durante a década de 1930. Como um tributo ao espírito da época, Mário produz uma das mais interessantes reflexões poéticas sobre o que é o progresso no Brasil e qual é o sentido da história brasileira na primeira metade do século XX. Os eventos históricos fazem o autor reconsiderar, agora de modo mais dialeticamente tensionado, as ilusões do modernismo e as possibilidades de um lirismo nacional profundamente vinculado à tradição popular. Mário produz, então, um texto consciente da exigência expressiva do presente do país exige expressão poética. Isso leva o autor a desmobilizar certezas modernistas e criar um poema estranhamente desconexo, que, segundo alguns críticos, não possui "integridade estética". O desafio desta leitura é interpretar as desconexões da obra como valores de sua integridade estética, assumindo a hipótese de que o poema é um todo complexo, armado em chave de disjunção.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p1449
Keywords:
Mário de Andrade; poesia modernista; modernismo e política
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