Passivas no português brasileiro: considerações acerca da estrutura em uma língua de tópico e o ensino


Abstract


Este trabalho tem como objetivos investigar a relação entre linguagem e outros domínios da cognição, além de alimentar a reflexão acerca da relevância de se repensar o ensino de língua portuguesa. Mais especificamente, busca-se verificar como o uso de orações passivas pode interferir na compreensão de enunciados de problemas matemáticos e impactar o raciocínio para a sua resolução. São apresentados problemas matemáticos adequados a diferentes séries escolares, com formulações em que se apresentam sentenças ativas, passivas perifrásticas ou passivas pronominais, seguidos de perguntas de compreensão. São avaliadas tanto a capacidade em prover o resultado ao problema quanto a habilidade de compreensão dos enunciados apresentados. Os resultados indicam que o tipo de sentença utilizado no enunciado pode interferir na sua resolução, sendo os melhores resultados alcançados quando a ativa está presente. A questão da competência linguística do aluno e a formação de uma periferia marcada da sua gramática nuclear, no sentido de Kato (2005), para a apreensão de habilidades necessárias no âmbito escolar são debatidas.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p869

Keywords: passivas; raciocínio matemático; ensino; diglossia

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