Interrupção e reformulação na entrevista sociolinguística, prática de poder?


Abstract


Os trabalhos iniciais de Labov deram a ver a conceção de heterogeneidade ordenada a partir da ideia de que a sociedade em que uma dada língua era meio de expressão era constituída por diferenças de idade, género e rendimento, que se repercutiriam nas atualizações particulares de itens formais dessa mesma língua. Estes poderiam ser obtidos em interações rápidas, espontâneas e abaixo do nível de consciência, automáticas, portanto. As experiências dos armazéns de NI assim permitiram quantificar diferentes sons, indicadores de registos, na aceção sociolinguística que diz que não são variantes livres, mas signos indexicais sociais as produções de normas tidas por vernaculares ou prestigiantes. Se a sociolinguística variacionista toma por objeto a fala vernacular ou espontânea, obtida sob entrevista de que constam perguntas, oportunamente introduzidas pelo linguista para uma menor monitorização do falante, a perspetiva comunicacional, que releva o papel do contexto, considera já a fala nas circunstâncias em que ela se inscreve, como interação. A tradição norte americana tem Hymes por percursor. Gumperz traz convenções de notação próprias às especificidades da comunicação verbal, feita de sobreposições, de elipses e de reformulações, que se traduzem em aparentes desarticulações sintáticas. Estas, quando descritas pela pragmática, são sequências vistas em função de interrupções eventuais em que as imagens dos interlocutores, designadamente, influem. O fluxo interacional é visto ser determinado, portanto, por sequências formais – haja em vista a extensão, como critério que o estudo pretende objetivar.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p849

Keywords: entrevista sociolinguística; interrupção discursiva; pragmática; linguística de texto/discurso; reformulação textual

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