Língua oficial em espaços de imigração: modos de praticar e de oficializar


Abstract


Filiamo-nos à linha de pesquisa Texto, memória, Cultura e nos inscrevemos na Análise de Discurso, fundada por Michel Pêcheux e, Orlandi. Demanda dessa inscrição a concepção de língua como não-todo, tomada em sua heterogeneidade e divisão entre base linguística e processos discursivos, atestando a sua autonomia relativa. O objeto recortado é o gerenciamento da língua oficial por parte das instituições, contrapondo a política de língua do período colonial (organização da gramática da Língua Geral e outras ações coercitivas) e as políticas linguísticas no século XXI. Tratamos do período colonial a partir de pesquisas bibliografias, significando-o como um período permeado por ações coercitivas, em que a língua praticada era desconsiderada e a língua oficial – de Estado – tornada obrigatória em todos os espaços oficiais, mesmo para imigrantes. Esse período faz ponte com o período pós-colonial em espaços, que chamamos de imigração, nos quais a língua materna e a Língua de Estado se embatem, instaurando conflitos em torno do praticar e do oficializar. Nas Colônias de Entre Rios – distrito de Guarapuava/PR – a Língua Portuguesa e a Língua Alemã fazem parte do currículo escolar e são colocadas lado a lado. As crianças, nos primeiros anos aprende a língua alemã, em sua norma culta e, nos anos subsequentes, a Língua Portuguesa. O espaço de imigração embate-se entre a Nova Pátria (Brasil) e a Velha Pátria (Danúbio) e esse embate toma corpo a partir de práticas, entre elas a nomeação de ruas e espaços nos dois idiomas.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p489

Keywords: língua; ideologia; sujeito; cultura; memória

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