Palavra, discurso e estilo: Tradição e transgressão em João Ubaldo Ribeiro


Abstract


Esta pesquisa volta-se para a relevância da seleção vocabular na construção do discurso do humor presente na obra literária de João Ubaldo Ribeiro. Inclui-se nessa perspectiva a exploração expressiva das palavras a que recorre o escritor para construir o discurso do humor em seus textos. A dicotomia culto - popular no uso da língua portuguesa falada no Brasil retrata implícita ou explicitamente problemas de ordem sócio-político-cultural e por isso traz na sua superfície o distanciamento causado pelas relações de poder. O escritor aproveita-se dessa circunstância para materializar distorções, selecionando palavras e expressões que identifiquem as diferentes camadas sociais pelas diferentes vozes presentes na narrativa. Privilegia-se a expressividade dos substantivos, adjetivos e verbos. A seleção lexical é vista como um elemento diferenciador e, nesta condição, constrói o humor ali presente. O embasamento teórico distribui-se em três planos, a saber i) fatos gramaticais; ii) as propostas discursivas; iii) a seleção de palavras como marca estilística de João Ubaldo Ribeiro. O embasamento teórico distribui-se entre Martins (2012), Cressot (s/d), Maingueneau (1996, 2010), Minois (2003). Depreende-se que a articulação da seleção de um vocabulário ao humor não privilegia as formações neológicas, mas aproveita-se das unidades pertencentes ao uso popular, ao uso comum ou ao uso culto para associarem-nas às intenções discursivas do escritor, atingindo os efeitos de sentido pretendidos.

DOI Code: 10.1285/i9788883051272p427

Keywords: Estilística; Seleção Lexical; Discurso; João Ubaldo Ribeiro

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