Ecos da remarcação do parâmetro do sujeito nulo no PB: o caso das sentenças existenciais
Abstract
O presente trabalho tem como objetivo mostrar uma análise de dados diacrônicos de estruturas existenciais com haver e ter, extraídas de peças teatrais escritas entre os séc. XIX e XX por autores brasileiros, buscando evidências empíricas da mudança categorial por que haver teria passado, o que teria levado a sua substituição por ter existencial. Tomam-se como ponto de partida as ideias de Avelar (2006) e Avelar e Callou (2007), segundo os quais (a) tal mudança está relacionada ao enfraquecimento da morfologia verbal e, por conseguinte à perda da capacidade de interpretar uma categoria vazia na posição de sujeito referencial do verbo ter possessivo, (b) haver e ter deixaram de representar uma mesma categoria verbal, nos termos da Morfologia Distribuída. Desse modo, argumentamos em favor do fato de que haver e ter não estão em variação no PB contemporâneo. O trabalho mostra ainda que, em função da mudança na expressão da existência no português brasileiro, outro padrão sentencial emergiu no sistema, ao que chamamos sentenças existenciais de tópico-sujeito.
DOI Code:
10.1285/i9788883051272p203
Keywords:
sentenças existenciais; Patâmetro do Sujeito Nulo; ter e haver; tópico-sujeito
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